O Rambam traz que: “Um unicórnio [uma espécie de antílope dos tempos Talmúdicos, ver Chulin 59b] é considerado uma besta selvagem, apesar de ter somente um chifre [shofar]” (Hilchot Ma’achalot Assurót, Pérek 1, Halachá 12). Meus olhos se fixaram na expressão do Rambam, ve’ha-kéresh, “E um unicórnio…” (vav-hei-kuf-rêish-shin), de guemátria 611. Com mais o kolel da palavra, temos 612 que é guemátria de ברית brit/pacto. E veja: Falta um ‘chifre’ para ser um animal completo. De fato, kéresh é um tserúf/anagrama de shéker (“mentira”). De modo ainda mais essencial, a palavra kéresh tem guemátria 600, um número importante nesta semana, pois “Nôach tinha 600 anos de idade e o Mabúl/Dilúvio das águas veio sobre a terra” (Bereshit 7:6). E como é sabido, “O mundo não foi completado e estabelecido até que Avraham surgisse” (Zohar 117a, Bamidbar). Faltava um homem, um shofar – Avraham – para completar o mundo. E na leitura de hoje, a parashá traz o késhet, “arco-íris” (kuf-shin-taf) que tem duas letras em comum com kéresh. E a forma do késhet era de um shofar. E isto é ligado aos toques do shofar, pois do reshêitavót/acróstico de KéSHeT/arco-íris temos: teKiah, SHevarim, Teruah, os três toques do shofar. Quando Hashem escuta o shofar, Ele é lembrado do brit feito com Nôach (ver Zohar 215a, Pinchas).