O aluno principal do Ari”zal, o Rabino Chayim Vital, de abençoada memória, ensinou: “Meu mestre, o Ari’zal, disse que cada mandamento é associado com uma das 22 letras do alfabeto Hebraico, e que quando alguém cumpriu uma mitsvá, a letra associada com aquela mitsvá brilha na sua testa, substituindo a letra que brilhava na sua testa relativa a mitsvá anterior que ele cumpriu. A letra permanece na sua testa somente enquanto ele está cumprindo a mitsvá com a qual ela é associada. Depois disso, ela é absorvida dentro dele. Mas, se ele cumpre a mitsvá de tsedaca, a letra associada a ela não desaparecerá rápido quanto as letras associadas com outras mitsvót, mas sim, continua a brilhar na sua testa por toda a semana. Este é o sentido místico do verso וצדקתו עמדת לעד Vetsidkatô omédet la’ád, ‘Sua retidão [tsedacá] dura para sempre’ (Tehilim 111:3”. Agora, a tsedacá vai ainda mais longe, por assim dizer. Quando a pessoa faz tsedaca, a sua própria consciência é enaltecida e expandida, literalmente. A ela se torna mais claro, em algum nível e grau, vários aspectos sobre a realidade que encobre às verdades espirituais da Torá. A pessoa se torna mais espiritualmente sensível e elevada. E veja, a guemátria absoluta do Tehilim citado, Vetsidkatô omedêt la’ad, é igual a 1224. Este é o mesmo valor numérico do verso אכן יש ה’ במקום הזה ואנכי לא ידעתי Achên yesh Hashem bamakóm hazé veanochí lô yadáti, “Certamente o Eterno está neste lugar, e eu não sabia” (Bereshit 28:16), dito quando Ya’acov despertou de seu sono (após sonhar com a escada). Deste modo, podemos interpretar este verso e a sua ligação com a tsedacá da seguinte maneira: quando a pessoa dá tsedacá, ela então “desperta do sono”, que representa a realidade inconsciente e que encobre as verdades da Torá. E através deste despertar, ela então alcança um nível espiritual maior para assim perceber que, “Certamente o Eterno está neste lugar, e eu não sabia”, ou seja, antes de ter feito tsedacá. E quando a pessoa cresce espiritualmente ela então terá maiores condições de seguir o que Hashem instrui nesta parashá santa: ראה אנכי נתן לפניכם היום ברכה וקללה Reê anochí notên lifnêichem hayóm berachá u’kelalá, “Veja [literalmente]: Eu coloco diante de você uma bênção e uma maldição etc.” (Devarim 11:26. parashá Reê). Verdadeiramente, os “olhos da mente” se abrem através da tsedacá, algo muito sabido pelos iniciados.
Aula recomendada: REÊ 5771
Que maravilhosas palavras. A tsdacá, segundo o pirkei avot é um dos pilares de sustentação do mundo. B”H.
Shalom Rabino Avraham peço permissão do Sr, para escrever algumas linhas sobre este tema tão importante.
O Mestre traz cuidadosamente este assunto tão elevado também na aula: https://beitarizal.org.br/2013/03/04/tsedaka com grandes revelações para um grau tão mínimo de nossa realidade “…os cinco dedos que recebem o dinheiro, equivale ao Hei do nome Divino…”. Entendo que ao praticar tsedaka nos apresentamos para que o nome Divino. Sem isso, sofremos da pobreza espiritual e da falta de entendimento “ … de fato a única pobreza que existe é a falta de entendimento…”. O Mestre nos ensina qual é a verdadeira intenção que necessitamos ter ao fazer caridade, permitindo com que realmente, este fluxo espiritual possa fluir em nós, entendo que o mestre proporciona grande oportunidade de que todos possam conceder caridade em um recipiente Santo “… e o ato da caridade será a paz …” Acredito que este ato traz grande fortalecimento emocional para a pessoa, e desta forma sair da privação do entendimento e inferioridade espiritual, possibilitando que a benevolência Divina esteja mais presente em sua vida, seja recebendo novos insigths, desenvolvendo estudos, crescimento na retificação do caráter e finalmente em algum grau, trazer mais equilíbrio a Criação, Se D-us quiser.
Obrigado Rabino, por nos ensinar a andar neste mundo.
Edson Bertoldo