PALAVRAS CHAVES: “Pragas intermediárias”, bloqueios da luz de D-us, erros de pensamentos e emoções, empecilhos ao crescimento espiritual, vivência contrário aos desígnios de D-us para o Bnêi Israel, indulgências e o lema da yêtser hará (“má inclinação”): “eu sou feliz quando faço eu faço o que eu quero”, foco exclusivo na busca de satisfação das vontades, exemplo das empresas, sem uma formação observante da Torá na família é necessário revelar o desejo de se ligar a D-us, a “aceitação” do pacote de cada família, explicações antropológicas sobre a assimilação do judeu, a antiga diferença espiritual do judeu, o aceitar da Torá: a alteração do DNA espiritual, o jugo Divino, a “segunda alma” do judeu: a néfesh Elokít (“alma Santa”), ao se ligar e aceitar a assimilação o judeu só favorece a sua néfesh habahamít (“alma animal”) que todos os humanos têm, vivendo a “vida diminuída” que a sociedade tanto aplaude, a “infestações das pragas” que bloqueiam a vida do judeu, o filme da vida que teria sido será mostrado no “próximo nível”, a praga real da resistência das mitsvót, tomando as devidas providências para eliminar estas pragas, vivendo com coerência espiritual.
Pela Graça de D’us.
Prezado Rabino Avraham:
Peço permissão ao Rabino, para comentar sobre o presente shiur.
A aula se inicia com o Rav explicando sobre as pragas intermediárias, que assolam o homem, cada uma bloqueando uma porta de luz, e dificultando a sua jornada no mundo. Se o objetivo do homem é se retificar, cumprir a Torá e as mitsvót, se elevar, desenvolver a sua mente, e retificar as suas emoções, então aquilo que nos impede de fazer isso – sentimentos, hábitos inapropriados, erros de pensamentos etc. – é uma praga, pois, se o objetivo é crescer, tudo aquilo que impede o crescimento é uma praga, assim como um fazendeiro que planta para o seu sustento. Se vem uma praga de gafanhotos, isso impede que o objetivo do fazendeiro seja alcançado – vender e, assim, sustentar a sua família, exemplifica o Rav. Portanto, prossegue o Rabino, é razoável afirmar, sob o ponto de vista espiritual, que existem várias “pragas” que assolam o homem, em seu caminho espiritual, e que acabam bloqueando a luz de D’us. De uma maneira contemporânea, ensina o Rabino, podemos constatar que essas pragas são as diferentes maneiras que aprendemos a viver a vida, mas que essa vivência é contrária ao desígnio de D’us para o grupo espiritual a que o Rav se dirige neste shiur: o Bnei Yisrael.
Embora este shiur do Rav seja direcionado ao Bnei Yisrael, consegui encontrar alguns pontos em comum, de acordo com o que é cabível para um não judeu, que é o meu caso. Por exemplo, toda vez que, inadvertidamente, ouço uma música, ou vejo algo que desperta uma determinada lembrança em minha memória, “explode” um turbilhão de sentimentos e sensações em mim, justamente o que é inapropriado, dentro do que estudo aqui, e neste caminho que venho trilhando. Alguns conceitos seculares absorvi inocentemente, na infância, enquanto que outros, simplesmente escolhi absorver, pela questão da vaidade e ego exacerbados. Então, me sinto em um trabalho dificílimo, em que me vejo com o “mesmo HD” (meu corpo, incluindo meu cérebro e meus sentidos), mas tendo que trocar os “softwares” (secularismo inconsequente, por Torá de Hashem, direcionada para não judeus). Tenho tido muitos “crash dumps” e curtos-circuitos, e espero que isso seja normal. Ultimamente, o processo tem acontecido da seguinte maneira: muitas vezes, quando consigo evitar uma transgressão, ainda não a odeio, como deveria odiar a iêtser hará, de acordo com o que o Rabino Avraham ensina. Em outras palavras, a minha resistência ao pecado ainda está um pouco “frouxa”, preciso de mais força e contundência. O entorno a minha volta não favorece, pois muitas vezes me sinto em um “redemoinho”, sendo puxado para o seu epicentro, aí me refiro à sociedade secular e tudo de inadequado que a mesma oferece, principalmente no que tange às ilusões. O fato de eu me considerar um “outsider” torna o processo um pouco mais fácil – nunca me adequei a certos ambientes e padrões, portanto o fato de eu me desapegar de alguns pensamentos, comportamentos e hábitos nocivos à minha alma, é relativamente fácil, embora esteja sofrendo muito para me desapegar de outros.
A pessoa aprende que, desde criança, ela tem que fazer o que ela gosta, e a iêtser hará (má inclinação) dela aplaude, e quer que a pessoa tenha esse comportamento, traz o Rav. O Rabino apresenta o “lema”, conhecido das pessoas: “Eu sou feliz quando eu faço o que eu quero”. Então, continua o Rav, a pessoa cresce, vira adolescente, jovem adulto, e se vê buscando as coisas da vida, se preparando, até mesmo estudando, pensando, e desejando, tudo para que ela possa satisfazer esse “lema”, sobre o qual ela foi treinada a pensar: “Eu, para ser feliz, preciso fazer o que eu quero”. Ela vai convergindo uma série de fatores de sua vida – onde ela vai estudar, as suas decisões, as pessoas com quem ela vai se relacionar, a maneira que ela vai estabelecer esses relacionamentos, a importância que ela vai dar, ou não, a determinadas coisas a sua volta –, e essa pessoa vai vivendo a sua vida, com esse “lema fundamental”, de que, para que ela seja feliz, precisa satisfazer as suas vontades, traz o Rav. Pessoas que têm vontades muito grandes, buscam caminhos que possam possibilitar um retorno possível, para satisfazer essas vontades. Por exemplo, prossegue o Rav, há pessoas que descobrem, na vida, que têm uma sede de poder enorme: muitos entram nas empresas, em que há uma rígida hierarquia, aonde é estabelecido, formalmente, que existem “superiores e inferiores”, e é um local muito apropriado para quem deseja “escalar” essa hierarquia, ou seja, trabalhar o seu desejo de poder. O ponto, afirma o Rav, é que a pessoa vai buscar satisfazer a sua sede de poder. Outro exemplo do Rabino: uma pessoa que tem uma vontade extraordinária, de se relacionar com outros seres humanos, desistindo de grandes oportunidades em sua vida, de coisas que, inclusive, seriam boas para ela, por sua sede de relacionamentos. Para ilustrar, o Rabino dá o exemplo de um vendedor que, na base, precisa se relacionar com as pessoas o tempo todo para poder vender, e assim por diante. A não ser que a pessoa nasça um tsadik (justo), ela não vai se desenvolver, e desejar naturalmente se ligar a D’us, isso precisa ser fomentado nela, explica o Rav. A partir deste ponto, o Rabino tece comentários exclusivos acerca do Bnei Yisrael, relacionados com a observância ou não observância, de acordo com a influência da família e da sociedade, e a respeito da assimilação do judeu.
Tive todas as vontades possíveis e imagináveis, algumas realizei, outras não cheguei nem perto disso. Vejo o que o Rav ensinou, no parágrafo descrito acima, sobre o “lema” da sociedade, de a felicidade ser relacionada com o a satisfação dos desejos, com uma sensação de urgência, de buscar “reeducação espiritual”, tendo como fonte os ensinamentos de Torá do Rabino Avraham: assim como uma pessoa acima do peso, que se intoxica de alimento, e já não está mais acostumada à quantidade certa para o seu sustento, precisa de reeducação alimentar, ou o viciado na dopamina que a droga traz para o seu cérebro, precisa de reabilitação, sinto a necessidade de passar por este processo de aprender, cada vez mais, que os “limites são santos” (este sim, o meu lema, conforme aprendi com o Rabino, graças a D’us), e ter a coragem de admitir: Hashem é o Mestre do Universo, há leis espirituais que, se não são cumpridas, resultam em punições, independentemente se a pessoa tem consciência disso ou não – importantíssima lição do Rav – e que a minha dor não é muito diferente da dor de uma criança mimada, mal-acostumada a prazeres fúteis e uma vida sem sentido. Estou muito mais interessado, no momento, a aprender a fazer a vontade do Eterno, mais do que a minha própria vontade. Enfim, estou tentando encontrar um “caminho do meio”, dentro do que me é possível, de acordo com as minhas limitações, se D’us quiser.
Uma boa tarde ao Rabino Avraham.
Márcio
Bom dia a todos, senhores, senhoras e estimado Rabino Avraham. Pela graça de D’us venho por meio deste comentário publicar minha humilde compreensão dessa aula.
Agradeço mais uma vez a oportunidade de poder seguir essas aulas únicas e poder dividir com todos meu entendimento.
Nessa aula intensa, nosso Rabino fala sobre o que ele chama de pragas intermediarias. Que assolam e dificultam o homem que busca uma retificação e um alinhamento com as Leis Divinas. Tudo o que impede o sucesso nesse caminho da Torá, é uma praga para o crescimento espiritual. Essa praga pode ser desde de maus hábitos, pensamentos inadequados a influencias seculares, infelizmente tão presentes em nosso dia a dia. Especialmente nos, Bnei Noach que não crescemos em nossa maioria dentro de uma família ou comunidade alinhada com as Leis da Torá. Nesse momento o Rabino menciona o lema do “Eu sou feliz quando faço o que eu quero” repleto de arrogância e ignorando completamente os desígnios divinos que foram outorgados ao Bnei Israel no Sinai a mais de 3300 anos. Desde pequenos todos somos bombardeados com más influencias, como que uma lavagem cerebral para moldarmos nosso caráter a todo custo para funcionar desse jeito. E pouco importa se vamos prejudicar alguém para obter o que se quer. Essa mensagem vem de todos os lados. Recentemente aqui na França havia um comercial das escovas de dente Oral-B por exemplo onde o tema era “Sh*kira faz o que ela quer”. Por traz dessa publicidade, a famosa mensagem é explicita. O senhor ou a senhora que estão assistindo seriam muito mais felizes se pudessem realizar todas as vossas vontades. A artista em questão realiza. E vale tudo, menos não ter sua vontade satisfeita. Esse estilo de vida acaba mergulhando a pessoa em mais ilusão e arrogância a distanciando mais e mais da Luz.
Naturalmente o desejo de se ligar a D’us é algum que tem que ser revelado ao longo da nossa jornada aqui neste mundo, mas mergulhados onde estamos é realmente muito muito difícil.
O Rabino fala sobre judeus brasileiros que foram assimilados pela sociedade brasileira, que acabam tendo comportamentos completamente opostos às leis da Torá, e não conseguem entender que deixar de cumprir Torá e Mitzvot implica em uma disfunção espiritual. Todo mundo faz igual, qual o problema comer um “cheese bacon” ou uma ostra? É tão gostoso! (que D’us não permita). O que o Rabino esta nos falando é o perigo dessa assimilação dos Judeus na sociedade secular, e ai ele entra em um outro nível, mais profundo de explicação. Em um nível de alma. A explicação segue da entrega da Torá e que a aceitação dessa Luz santa de Hashem implica no adicionar um aspecto Divino no corpo desse povo que a aceitou. A Nefesh Elokit. A Alma que vem de D’us. Isso é o que mantém a retidão do povo Judeu. O fato de receber essa alma adicional trouxe um pacote de responsabilidades extras, mas também qualidades para poder cumprir com essas responsabilidades permitindo assim que o Judeu se ligue a D’us. Portanto o Judeu tem duas almas, Elokit como mencionado acima e habahamít que é a alma animal que todos os seres humanos também tem. Ou seja, fisicamente ao há diferença, mas espiritualmente sim.
Voltando às influencias seculares tão negativas, o Judeu que cede a essas influencias acaba por priorizar uma vida da fisicalidade em detrimento de sua espiritualidade. Mas é importante saber que o fato de não cumprir Torá e Mitzvot o judeu continua sendo um judeu, e portanto sua vida acaba sendo limitada, diminuída, reduzida ao grosseiro e rebaixado físico. E são exatamente as pragas que bloqueiam a vida do judeu, deixando sua vida tão longe do real potencial que poderia ser. E o fato do judeu ignorar isso tudo não quer dizer que de fato sua vida não esteja reduzida. Ai o Rabino fala o que mais me tocou nessa aula, que é a hipótese de o Judeu assistir um filme do “se”. E “se” tivesse feito isso, aquilo, e se tivesse cumprido com essa ou aquela mitzva?
Os sábios garantem que esse filme é passado quando há o julgamento diante da corte celestial.
No meu humilde entendimento essa aula é perfeitamente adequada à realidade do Bnei Noach. As influencias negativas tudo bem, não sei até que ponto isso é uma escolha ou não. Não da para falar muito a respeito disso. Porque se a pessoa não tem o desejo de se ligar ao Eterno, não tem como ele se pegar pelo cabelo e tirar a ela mesma da areia movediça. Mas quando a praga é o mau comportamento, quando a praga esta na pessoa mesmo, ai a conversa é outra. Pior ainda, quando a pessoa tem conhecimento de que tal comportamento é nocivo e ainda assim o faz, mostrando fraqueza. Essa aula é sem duvida um despertar de consciência para cada um que escutar, e uma chamada a auto avaliação de seus atos e pensamentos. Mas se a pessoa tiver tenacidade, força, fé, vontade, disciplina, certamente o estudo da Torá e o cumprimento das mitzvot servirão de inseticida para essas pragas, limpando a pessoa espiritualmente e tornando a mais uma vela que ajudara a Luz santa de Hashem a iluminar este mundo.
Shalom,
Caetano Aguiar Azevedo
Pela Graça de D-us,
Shalom Rabino Avraham
Peço licença para expressar meu entendimento sobre o shiur. Tentarei expor alguns aspectos que captei e sentir um desejo maior de expressar de acordo com que entendi.
Rabino Avraham nesta parashá descreve vários aspectos que assolam a nossa vida, “as pragas intermediárias”. Elas estão presentes em nossa vida, e tem como objetivo de “dificultar o homem em sua jornada aqui, neste mundo”. Essa semana fiz vários questionamentos a respeito dessas “pragas”, e de acordo com que entendi, a sua função não é apenas dificultar o homem em sua jornada no mundo, mas elas são as oportunidades que temos para alcançar, gradativamente o amadurecimento espiritual. Não é fácil tê-las presentes em nossa vida. Eu por exemplo queria muito pular essas etapas, até porque penso que muitas vezes usamos essas “pragas” para justificar os nossos erros. No entanto, entendo que não é possível fugir delas, não tem como rebaixar o ego, se uma pessoa não passar por todas as dez pragas. Consequentemente, não será possível se tornar um vaso completo, em adesão com Criador.
Ao longo da minha vida, um desejo foi despertado em mim, conhecer a D-us. Nasci em um ambiente desequilibrado em vários aspectos. No entanto apesar de ser uma menina muito teimosa, ao mesmo tempo era pronta, por assim dizer, para aceitar as coisas como elas tinham que ser, até certo tempo sem muitos questionamentos. E nesse aceitar pude perceber que o desenvolvimento espiritual não é algo que ocorre do dia para noite, mas sim um constante relacionamento com D-us. E foi exatamente esse relacionamento que tanto busquei em minha vida, embora sendo ensinada de forma errada, eu tinha um desejo, o qual me permitiu chegar até aqui.
Agora meio que como uma criança quando está aprendendo andar, assim me sinto, e certamente isso não é algo tão confortável para uma criança no momento em que está aprendendo andar, ela sofre, chora, levanta, cai novamente, e assim vai tentando alcançar os passos, até o dia que suas pernas se situam em perfeita harmonia com todo o seu corpo. Um dia ela passa entender que aquilo era apenas um processo de amadurecimento, o qual sempre estará presente até os dias de sua vida neste mundo.
O Rabino Avraham explica no primeiro parágrafo da parashá Bô o seguinte: “O exílio espiritual Egípcio é a restrição e ocultação tão severos d’alma Divina pela alma animal que comprime ao nível em que a alma Divina é diminuída e obscurecida”. Bom, eu percebo que fomos criados com um desejo egoísta, essa é a nossa natureza, de querer sempre fazer aquilo que queremos ou desejamos fazer em nosso próprio beneficio. Mesmo que em algum momento, assim penso, eu tente demonstrar algo bom em mim, isso de fato não existe, e eu diria ser um estado de total escuridão, partindo do principio que sou escrava dos desejos efêmeros existentes no nível da alma animal. E devido a esse exílio ocorre um colapso da fagulha Divina que faz parte da alma do homem. Percebo que estas pragas, como explica o Rabino são as “constrições e amarras” que assolam o homem e o afasta de Sua Luz. A pessoa que permanece nesse estado decaído da realidade, o material, ela sempre será limitada em tudo. No entanto, em minha experiência que tenho tido, percebo que no momento em que o individuo se desprende do seu lado arrogante e insensível, ele consegue gradativamente perceber a grande Benevolência de D-us, que permiti com que ocorra uma expansão de consciência que o leva para junto de sua Fonte. O Rabino Avraham explica que o caminho da perfeição é o do amadurecimento das luzes divinas que descendem e se expandem aqui de acordo com o grau de revelação Divina que o homem deseja. Cada um que compõe essa comunidade, eu sinto que cada um vivencia esse amadurecimento, e certamente isso é sentido por todos nós, mesmo que distantes e sem muito contato continuo, no sentido de estar diariamente em contato, estamos crescendo e evoluindo, tendo uma melhor compreensão das coisas, entendendo melhor os feedback do mestre, se desprendendo melhor das coisas que muitas vezes damos tanta atenção.
O fato é que tudo tem um propósito, tudo caminha em um sentido perfeito, e o fato de ainda não compreendermos na essência, isso não quer dizer que não esta ocorrendo, pelo contrario, isso ocorre, para um bem maior. No final do ultimo parágrafo do texto, Rabino explica que “no ciclo de pragas que representa a cura para fazer no homem o emergir de sua consciência, a praga da morte do primogênito é o seu último estágio”. E justamente nesse ultimo estagio que podemos, em um certo grau perceber, assim penso, uma pequena adesão com o Criador. Não é mais você, seu Ego, não estou querendo dizer que o Ego foi totalmente anulado, que bom seria se isso ocorresse, mas que nesse momento você se sente mais a vontade para dar um próximo passo, como sendo um força que te impulsiona para um novo nível. Nesse momento o desejo de encontrar com essa Luz Divina fica mais intenso e perceptível, ou seja, um desejo mais completo.
Certamente esse desejo completo só será possível quando alcançarmos o total estado de Devekut, e isso penso, que somente na era de Mashiach será possível, mesmo que isso possa se iniciar agora, nesse momento, o que dependerá de cada um de nós, o esforço, dedicação, e como sempre nos orienta o Rabino, humildade. Na era de Mashiach teremos o “psicólogo completo no Maximo grau, quem desembaraçará todos os pesadelos intricados de nossos exílios amargos e revelará o bom de seus centros”.
Amigos certamente existem vários aspectos a serem trazidos, mas nesse momento, o que conseguir extrair e trazer em meu comentário foi isso. Agradeço a todos os amigos por lerem meu comentário. Gostaria de dizer que estou aprendendo muito com cada comentário trazido pelos amigos. Isso é muito bom, porque todos nós somos um “corpo” aprendendo a revelar a Luz de D-us neste mundo. Sinto grata a todos.
Obrigada Rabino Avraham, sr. é um perfeito Jardineiro. Quando observo meu marido plantar, percebo que tem muitas etapas para que as sementes possam frutificar, é bem trabalhoso e requer muita paciência, eu por exemplo, fico um pouco impaciente, quero logo colocar as sementes. No entanto, não funciona dessa forma, é preciso separar a terra, adubar, regar, e depois colocar a semente. Todo processo feito antes, percebo que é fundamental para que a semente se desenvolva e cresça e assim, possa produzir frutos “doces” e belo. Mas uma vez obrigada mestre. D-us abençoe.
Tudo de bom
Raquel
Caro Sr. Rabino Avraham.
Venho pedir permissão para trazer algumas linhas sobre a Parashá Bô, conforme obral oral do Mestre Rabino Avraham, em site Beit Ari”zal: https://beitarizal.org.br/2013/03/08/bo.
Como de praxe, adianto o pedido de escusas pelos erros de entendimento, bem como a pequenez de minhas palavras.
O Mestre inicia a aula trazendo a idéia de que as “pragas intermediárias”, querendo dizer, tudo aquilo que, independente de sua origem, representam um bloqueio da Luz de D-us, assim como, uma dificuldade do homem cumprir com seu grande objetivo neste mundo que é de se retificar, cumprir a Torá e as mitzvot (dentro de seu grupo espiritual), fazendo com que ele se mantenha distante do seu objetivo. Desta forma, o Mestre refere que tudo aquilo que represente essa dificuldade, trazendo como exemplos os sentimentos, hábitos inadequados, erros de pensamento, etc… podem ser entendidos como “pragas”, “se o objetivo é crescer, tudo aquilo que represente um impedimento deste crescimento, é uma praga!”.
Pensando nestas palavras do Mestre fico espantado, primeiramente, por perceber que há uma grande dificuldade, afinal, antes de tudo precisamos entender o que representa esse “crescimento”, pois, longe do sentido secular que damos a idéia de crescimento, o Mestre, ao longo de sua obra, nos mostra que há um plano Divino, que existem Leis espirituais, mais ainda, há o desejo de D-us, e são esses os parâmetros do dito crescimento, não a nossa vontade ou nossa “bússola” pessoal (nosso umbigo, como diz o Mestre), sendo assim, temos de entender primeiro que crescer está além daquilo que poderíamos apreender como tal. Que os parâmetros para tal são Divinos, sendo que somente com a orientação correta, de um Mestre verdadeiro, pode tornar essa tarefa possível. Querendo dizer, sequer somos capazes de entender o que representa crescer, pois usando a bússola errada, vamos em direção contrária aquilo que é o desejo de D-us , que Ele não permita. Lembro das palavras do Mestre Avraham em uma aula onde diz: “não existe como fazer isso sozinho, não há como…”, necessitamos de orientação, mais ainda, necessitamos aceitar a orientação, e aqui, falando por mim mesmo, como isso é difícil, como relutamos bravamente em não cumprir como aquilo que é ensinado/orientado.
Talvez o que mais tenha chamado a atenção nas palavras do Sr Rabino Avraham, seja que os sentimentos podem representar um empecilho ao crescimento. Neste sentido, entendo que entram aí sentimentos de amor próprio/ego/orgulho, assim como, sentimentos em relação aos outros e as coisas, pois sem um trabalho de retificação, orientado de forma correta por um Mestre, estaremos sempre trabalhando no nível inferior dos sentimentos/emoções; Há a necessidade de que sejam retificados e alinhados, algo que entendo ser impossível sem essa orientação, pois não conseguimos identificar as falhas que temos, pois somos sempre iludidos pela má inclinação, fazendo com que sejamos lenientes conosco mesmos, além de termos a confusão nas emoções e pensamentos, inerente aqueles que estão longe da Torá, ao menos assim entendo.
O Mestre segue explicando, que de modo contemporâneo, essas pragas que assolam o homem podem ser entendidas como o modo desalinhado com a Torá que vivemos (lembro que a obra do Mestre é direcionada ao Povo Judeu, sendo assim, devemos “adaptar” ao nosso grupo em particular), querendo dizer, as mais variadas formas de viver e que, em essência, são contrárias as Leis de D-us. O Sr. Rabino Avraham traz que “somos ensinados desde crianças que para sermos felizes temos de fazer aquilo que gostamos”, sendo esse o parâmetro da felicidade, “ ser feliz é quando eu faço o que eu quero!”. Crescemos tendo esse como sendo o referencial de felicidade, assim, tudo aquilo que é feito converge para satisfazer esse lema, como explica o Mestre.
Confesso que ao ouvir essas palavras do Mestre, sinto algo dentro de mim, afinal, certamente este foi o “prisma” sob qual vi o mundo durante todos os anos de minha vida, querendo dizer, o lema foi esse, ser feliz é fazer aquilo que quero. Ok, posso dizer que sempre fiz algumas “adaptações”, mas o foco era esse, e a felicidade se tornava completa quando as coisas ocorriam exatamente como queria. Contudo, de algum tempo para cá, mais precisamente quando conheci a obra do Sr. Rabino Avraham, comecei a ver/entender diferente, pois a idéia de “minha vontade”, gradativamente dá lugar à outro “prisma”, quer seja, a Vontade de D-us, obviamente que isso ainda é incipiente, mas gradualmente deixo de pensar o mundo sob a ótica dos meus desejos, para que algum dia possa realmente entender, ser feliz, com a satisfação da vontade Divina, se D-us quiser. Tentando traduzir o que isso representa em meus sentimentos, é como se todo o mundo ganhasse um novo matiz, pois todas as coisas que posso fazer, ser ou ter, ganham uma nova perspectiva, sendo que somente “fazem sentido” se não estão fora daquilo que é correto, alinhado com a Torá, novamente, isso ainda é apenas uma aspiração na maior parte das vezes, mas já não dá para ficar alheio a vontade de D-us, assim como, já não cabe mais comportar-me como incauto, que “não sabe” aquilo que é esperado dele.
Segue o Mestre Avraham explicando que cada pessoa tem um modo de, digamos assim, de satisfazer as suas vontades, querendo dizer, cada um encontra algo que lhe seja mais caro, guiando sua vida de modo a privilegiar esse desejo, para exemplificar usa a ideia do indivíduo que entra numa empresa atrás de poder, ou do indivíduo que fica toda sua vida como vendedor para satisfazer o desejo de relacionamentos, etc…
Refletindo a respeito das palavras do Mestre Avraham, fiquei pensando em quantas vezes somos como que arrastados pelos nossos desejos, sem sequer perceber isso, querendo dizer, ficamos presos a situações, pessoas, hábitos, sem nem ao menos sermos capazes de identificar a real razão disso, procedendo racionalizações e desculpas que servem muito bem para justificar a estagnação, a falta de entendimento e, mais ainda, os comportamentos que, no nível da superficialidade e “prisma” nos parecem adequados. Isso denota o quanto somos “presas fáceis” para a má inclinação, que nos ilude e nos faz prisioneiros em nosso próprio “cativeiro”.
Segue o Mestre Rav Avraham explicando o modo que ocorre um processo de identificação dos judeus com a cultura do local onde estão inseridos, bem como, o quanto isso é danoso às suas almas. Tentando trazer isso para a nossa realidade, fico imaginando que nós, que de forma incipiente tentamos nos alinhar à Torá, cumprindo o ordenamento que nos cabe, também podemos sofrer algo “parecido” querendo dizer, podemos nos identificar com as condutas, hábitos e desalinhamentos do entorno onde estamos inseridos, que D-us não permita. O Sr Rabino Avraham traz em muitas aulas as enormes dificuldades para não se deixar arrastar pelos tantos apelos do mundo, principalmente na aula “Ambiente Hostil”, quando fica claro que estamos sempre desfavorecidos pelo meio em que fomos criados e vivemos, assim, demandando muita coragem e força para se erguer e manter-se de pé. Indo um pouco além, fico imaginando aqueles que têm filhos, como criá-los evitando ter contato com esse entorno tão rebaixado? Ou como evitar que sejam influenciados? Creio que a resposta a essas questões está na página do site Beit Ari”zal: https://beitarizal.org.br/renong, querendo dizer, com a manifestação de um movimento noético casher, comprometido, atuante na sociedade, podemos vislumbrar a chance de podemos mudar a realidade de onde vivemos, obviamente isso representa algo distante ainda, mas que, com a Graça de D-us, começa a ganhar expressão em nosso país.
Caro Mestre Rabino Avraham, vou parar por aqui para evitar um comentário demasiado extenso e enfadonho. Reitero o pedido de desculpas pelos erros de entendimento e pequenez de minhas palavras.
Rogo a D-us que nos permita seguimos crescendo, que consigamos cada vez mais sermos fortes e corajosos, para honrarmos o Mestre que nos orienta e contribuirmos para a melhoria deste mundo.
Tudo de bom,
Diego Malheiros.
Pela graça de D”us.
Shalom Rabino Avraham e amigos.
Peço permissão para trazer um pequeno comentário sobre a Parashá Bô, segundo o livro A Bondade Para Avraham.
O Rabino inicia explicando que Mitzráyim (Egito) expressa constrição e limitação.
Na Parashá Shemot o Rabino nos ensino sobre a problemática dos grandes centros urbanos e como o Egito representava todo esse caos e como isso é venenoso para nossas almas. Aqui vemos que Mitzráyim expressa constrição e limitação, algo muito comum em nossa realidade caída e escura.
Na minha limitada compreensão essa constrição ao qual o Rabino nos fala representa um estreitamento da mente humana referente aos assuntos relacionados a D’us e a Torá, uma espécie exílio espiritual uma prisão “invisível” onde somos presos na falsa ilusão do pecado que causa a ocultação da Luz Divina em nossas vidas.
Essa ocultação é tão severa que não permite que a alma se eleve deixando-a em níveis cada vez mais baixos e obscurecendo. O Rabino continua explicando sobre o êxodo do Egito e a remoção das constrições e amarras. Vemos que o Rabino nos mostra um ponto crucial na busca pela retificação da pessoa, a remoção das amarras que durante anos de nossas vidas nos prenderam a conceitos e erros intelectuais sem fundamentos de Torá, acredito que essa “limpeza/remoção” assim como o Rabino sempre nos ensina não existe mudança/retificação verdadeira fora da Torá, essa remoção das constrições e amarras não se faz sem a orientação da Torá, com base no que aprendemos sobre esse assunto podemos então dizer que o verdadeiro êxodo, “para os não judeus” está no cumprir das 7 Leis de Nôach de acordo com a Torá. Só assim teremos um intelecto sadio que ilumine o coração causando com que nossos traços de caráter, “agora já refinados” pela luz da Torá traduzam-se em boas praticas de D’us quiser.
O Rabino continua nos falando que estas ‘constrições e amarras’ são as verdadeiras ‘pragas’ do próprio homem que o afastam do caminho reto e que somente podem ser eliminadas através do estudo da Torá, é do cumprimento das mitzvot.
O Rabino nos explica em um shiur chamado “Recalcitrância” que o caminho da Torá significa a transformação, evolução, retificação e a afirmação da mente humana para que exista integração devida com a realidade, o mestre ainda nos fala que quando a realidade é integrada com a verdade, temos tikkun, a cura.
Assim como as pragas que assolaram o Egito existe também varias pragas que assolam nosso Egito pessoal, a primeira delas segundo nos ensino o Rabino é associada a recalcitrância, “a recalcitrância é a característica que garante ao indivíduo que ele seja enredado pelos engodos e falsidades do mundo, pela trapaça e sedução do mal”.
Os dias atuais tem sido um terreno fértil para esse tipo de praga, pois o homem na sua tolice e arrogância tem se fechado para o caminho de D’us e buscado somente os “prazeres” que a vida mundana lhe oferece. O efeito disso e a falsa ilusão de que tudo está “bem” na maneira como se encontra, e que não precisamos evoluir nas busca da retificação.
Se o Rabino me permite podemos comparar isso há uma doença, “um câncer” que se espalha pelos órgãos da pessoa, e silencioso ele vai crescendo e quando é notado já fez um estrago enorme, não há cura para essa doença na “medicina popular” ou melhor dizendo nas crendices e falsas filosofias, mais somente através do estudo de Torá e uma vida reta e justa e assim obter a cura completa se D”us quiser.
O Rabino ainda explica nesse shiur que existem varias pragas intermediarias e que cada uma bloqueia uma ‘porta de Luz’ dificultando a jornada do homem aqui na terra, pois quanto maior a perfeição humana a pessoa alcança maior beneficio ela deriva da Providencia Divina.
Que cada um de nós possa buscar esse caminho de amadurecimento e perfeição para que as luzes Divinas se expandam aqui nesse mundo escurecido pelo pecado e arrogância e se D’us quiser rebaixar sítra áchra e assim a harmonia se restabeleça em nossas vidas.
Peço perdão pelos erros de entendimento e agradeço a D’us e ao Rabino Avraham pela oportunidade
Que tudo seja para o bem
Francisco Saturnino