E está escrito: ““Este é o estatuto da lei que o Eterno ordenou, dizendo: Fala aos filhos de Israel para que tomem em teu nome uma vaca vermelha [parah adumah], perfeita, na qual não haja defeito e que ainda não tenha levado jugo” (Bamidbar 19:2, Chukat). Explica o Ari”zal: “A parah precisa ser vermelha, pois ela significa os cinco estados de guevurah, das cinco letra finais que somadas têm guemátria 280, mais a letra hêi para as cinco letras elas mesmas, é igual a 285” (Sefer HaLikutim e Likutêi Torá, Chukat). Agora, vermelha é a cor de guevurah, severidade. Alguém que foi contaminado através do contato com a morte (tamêi met) está em um estado extremo de consciência Divina severamente limitada Atualmente, todos nós nos encontramos neste estado caído. Veja, o confronto contundente com a realidade da morte traz consigo a semente da depressão miserável que nasce da atitude niilista (que não acredita em nada), fatalista, pagã ou absurda da vida. Portanto, o indivíduo precisa se purificar desta contaminação. As cinzas da parah adumah são usadas para purificar a pessoa da impureza da morte. “Morte” significa também a queda espiritual de um estado de consciência Divina para um mais baixo, ou a ausência de um. Portanto, o mandamento da vaca vermelha contém nele a explicação mística do mal e a purificação da contaminação do mal/morte, ou seja, a perda da consciência Divina. O Ari”zal explica a base do ritual da parah adumah como ligado à parte “posterior” dos Nomes Divinos e como o nível de malchut recebe esta força. Sendo da parte posterior significa que numericamente os Nomes Divinos sofrem regressão, deste modo extraordinário montando a equação que tem como resultado final a guemátria de parah (285). De modo conceitual, a regressão dos Nomes significa um “retração” do Shem Havayah (YKVK) no alfabeto, ou seja, a perda da consciência Divina otimista e focada para frente na vida. Quando consideramos as quatro letras do Shem Havayah e substituímos cada letra com a letra que a precede no alfabeto, isto então é chamado o soletrar “regressivo” do Nome. Assim, yud-hêi-vav-hêi se torna têt-dálet-hêi-dálet. Em resumo: a parah adumah corporifica o retrocesso da consciência normal Divina que resulta do contato com a morte. O ritual da parah adumah inverte/adoça este processo. E quando o verdadeiro Mashiach chegar, e o Terceiro Templo vier, finalmente poderemos ter nossas consciências “adoçadas”, pois será o tempo quando “Não mais precisarão sugerir, cada um a seu vizinho e cada um a seu irmão: ‘Reconhece o Eterno’, pois todos já Me conhecerão, do mais humilde ao mais destacado – diz o Eterno – pois perdoarei sua iniquidade e não mais lembrarei seu pecado” (Jeremias 31:33), amém.
Obrigado, Estimado Rabino.
Rabino Avraham Chachamovits, minhas saudacoes e um delicioso shabat que se aproxima…
Gut Shabbes
Sábias palavras do Rabino, amém!
Shalom!
Em tempo e extremamente necessárias estas palavras