Um shiur chassídico do Rabino Avraham, verdadeiramente, um profundo chizuk (“para dar força”) aos Ba’alei Teshuva sobre o assunto de Cabalát Ól Malchut Shamáyim (“Recebimento do Jugo Divino”) e assuntos místicos relacionados. Na segunda parte deste shiur (aos 38 min), o foco são as Shéva Mitsvót Shel Bnîe Nôach (“As Sete Leis para os Filhos de Noé”).
Ver resenha na aula 1.
Shalom Rabino Avraham,
Como sempre as aulas do senhor são sempre tão propícias e dirigidas à todos que as ouvem de maneira geral e à cada um individualmente em particular. Nesse período de proximidade com Rosh Hashaná nada mais importante do que interiorizar a ideia de “recebimento do jugo divino”, pois em Rosh Hashaná seremos todos julgados e D-us analisará se estamos vivendo de acordo, pois o homem foi criado para que reconhecesse o Criador, e reconhecer passa principalmente por seguir Suas leis em pensamento fala e ação.
O grande problema do homem, como já ensinado em tantas aulas do rabino Avraham, é o abismo entre mente e coração, temos uma alma animal que requer ser satisfeita e usa os atributos emocionais para comandar o intelecto, e uma alma divina na qual a razão através do intelecto tenta domar as emoções. E nós humanos ficamos no meio desta guerra, ora tendo lampejos de sabedoria e ora tento impulsos animais. O caminho a ser trilhado não me parece difícil de ser compreendido, pois como explicado nesta série Ets Chayim, o nível mais alto intelectual de Chochmá não é afetado pelo mal, então apesar de existirem as cascas que obscurecem o bem podemos ter dentro de nós insights puros e verdadeiros e ter uma consciência intuitiva do caminho a ser seguido ou ao menos capacidade de identificá-lo como verdadeiro quando apresentado.
O corpo reage e luta para não ser domado e cria racionalizações, mas cedendo à esta situação estaríamos numa situação de escravidão interior eternamente e jamais seria possível viver a vida plenamente. Por isso o rabino Avraham ensina que a limitação imposta por D-us através de suas leis constituem um ato de amor, pois a alma anseia por se anular totalmente no Divino e o corpo deseja mergulhar nos prazeres físicos, o caminho proposto no Monte Sinai é viver o material de forma espiritual, isto é interagindo com o mundo do jeito correto, pois se D-us tem um desejo todo aspecto da criação e da forma como interagimos com ela deve ser de tal forma que reflita esse desejo.
No meu ver a maior barreira para que não obtenhamos sucesso na ligação com D-us é a falta de auto anulação, pois a identificação com o corpo para alguém que vive a anos na Terra e não foi treinado e sensibilizado desde pequeno com essas verdades espirituais é muito forte, como ensinado na aula a linha do tempo desde a entrega da Torá e de uma época em que existiam profetas é muito grande, e a tendência é que essa energia espiritual vá tornando-se mais fraca. Por isso é imperativo nos dias de hoje mais do que nunca talvez o estudo da parte intima da Torá, a qual tem o poder de trazer essa luz com mais intensidade.
A anulação do ego é o que permitirá a pessoa viver de acordo com a Torá e vencer os pseudos questionamentos, já que é impossível conhecer D-us sem vivenciá-lo através de Seus caminhos. Vivendo de acordo com as leis será possível aprofundar-se intelectualmente e emocionalmente. Nessa véspera de fim de ano eu vejo que a melhor resolução que posso fazer é investir na minha auto anulação para que tanto a sabedoria de D-us quanto as emoções retificadas das sete midót fluam em minha alma, canalizando todos os poderes da alma para o conhecimento do Criador, que é equivalente a se auto aperfeiçoar e retificar todos os dez poderes da alma.
Como o rabino Avraham frisou nesta aula, a criação está em permanente recriação e sob a providência divina, portanto também devemos estar constantemente nos renovando e nunca desistindo de ascender, mesmo apesar das caídas.
Graças a bondade do rabino Avraham aulas como estas estão disponíveis de maneira sem igual, apresentando conteúdo original e transmitindo-o de forma única, e desta forma realizando o ensinamento de que o patriarca Avraham personificava como ninguém o atributo de amor ao próximo incondicional.
Desejo ao senhor e família um ano bom e doce e com muitas retribuições abundantes por todo o bem que o senhor faz pelos judeus e não judeus.
Shabat Shalom, Moshe